10 de setembro de 2003

HUMANUM EST
No DN de hoje, Miguel Poiares Maduro, defende o direito ao erro. E aponta para uma característica fundamental da natureza dos portugueses: perdoa-se tudo, menos o erro verificável. Com o que isto tem de castrante na aprendizagem, aplicação da justiça e desenvolvimento das capacidades criativas.
Se não fosse longa, contaria aqui a história chinesa dos três animais que frequentam uma escola com o intuito de se aperfeiçoarem. E de como o gato saltava maravilhosamente mas era incapaz de voar, tal como outros animais, dotados de uma capacidade maravilhosa, mas incapazes de dominar medianamente tudo o que se poderia fazer. Se bem me lembro da história, ganhou o pato, que fazia tudo mais ou menos, embora nada com génio. Era o triunfo da mediocridade.
Os portugueses pelam-se pela mediocridade. Preferem-na ao brilho do diamante em bruto.
Lembro-me de um professor que tive na faculdade que deu a melhor nota a uma das minhas colegas mais tolas, mas que tinha feito trabalhos de muita cópia e nennhuma ideia. Aos que apresentaram propostas novas, provavelmente menos defensáveis castigou com nota baixa. O mais importante era que não se errasse.
Se bem me lembro, há uns anos atrás, a quase totalidade da crítica e do público leitor insurgia-se contra um escritor que usava a pontuação de forma "abusiva". Para não escreverem "errada". Hoje, ele vive em Lanzarote.
Apesar dos "erros"

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